Procurando a sonoridade

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sexta-feira, 6 de março de 2020

Fratturando... ai que preguiça...


   NÃO EXISTE PREGUIÇA! Do ponto psicológico existe resistência... você não quer fazer tal coisa e pronto, aceite que não é preguiça, o mais injustiçado dos pecados capitais... praticamente tudo para tudo que usamos a desculpa de ‘estou com preguiça’ seria uma substituído por um seco: “não quero fazer isso”. Mas pra que se indispor com o seu convívio social e familiar se foi criado um pecado específico para ser culpado por tudo aquilo que você não quer fazer?
   Também existe a negação, existem várias tarefas cotidianas que continuam sendo obrigatórias apesar de não termos a menor simpatia com o fato... tipo cortar as unhas dos pés... precisa, tem que fazer... não é a coisa mais esperada da semana (ou seja lá a frequência que você corte as unhas dos pés), o caso é que mesmo a contragosto, uma hora vai... mesmo que você procure um profissional para fazer aquilo que também não tem mais jeito, foi adiado até o cúmulo de qualquer paciência.
Não fazemos o que não queremos... e nem sabemos direito o que queremos, parece que todos começam a julgar se tudo que você quer é se recostar no sofá, nunca tive esse problema (enquanto morava sozinho). Na verdade é recomendado que um dia você possa se dar ao luxo de não fazer nada, mas lá vem a ‘tia véia’ com mais um pecado a ‘Luxúria’.
   Parece luxo mas é uma necessidade, a higiene mental as vezes acontece assim, mas cada um sabe como ‘descansar’, tem gente que prefere relaxar no ‘croosfit’, correndo de um lado para o outro, tombando pneu de trator, sacudindo corda mais grossa que minha perna... tem gosto pra tudo, eu prefiro o bom e velho vídeo game.
  No final das contas não consigo defender a preguiça (mesmo reforçando que ela não existe) por muito tempo... meu cachorro não deixa. E olha que esse sabe aproveitar os momentos felizes de não fazer nada, o gato também... dá uma inveja das espreguiçadas em que o bichano estica toda as costas até a ponta do rabo... vou dizer que não faço igual por falta de rabo... droga outro pecado.
   Como posso me abster da preguiça se me entrego à inveja? Esse pecado eu não estudei ainda... e vão achei nenhuma virtude para contrapor essa ladainha toda... você ainda está ai? Tem alguém lendo isso? Será que se eu colocar uma deliciosa receita de omelete cozido no meio do texto alguém vai notar, se você me acompanhou até aqui já cheguei no quarto pecado... gula.
   É um absurdo que para tentar me retratar de um atraso (que só eu tenho controle) eu me encontre tão irritado e aborrecido (mais burro do que emburrado por falta termo melhor) parece que estou tentando economizar o que falar... e lá vem o combo de ira com avareza.
   E assim terminamos mais uma semana, promissora, com novos desafios e projetos que minha vaidade permite seguir... tá, foi forçado... semana que vem eu tento algo melhor, vou procurar alguma virtude nisso tudo que está por aí, e se você conseguiu chegar ao final deste texto, parabéns, você venceu a preguiça mental. SHAZAM!



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Fratturando a sociedade escravista...


O Rappa já trouxe a dica, Secos e Molhados em outro momento também... ser negro e pobre no Brasil é ser alvo. Alvo de preconceito, alvo de balas ‘perdidas’, alvo de uma culpa que foi imposta pela abolição mal planejada.
A abolição da escravatura era necessária, claro, mas o planejamento e infraestrutura para integrar o povo livre na sociedade não foi implementado, tanto em 1888 quanto nos dias de hoje... a marginalização começou ali, e hoje não se limita a cor da pele e também ao poder aquisitivo, local de nascimento, religião (ou falta dela), orientação sexual e ai por diante.
Os mais velhos que eu costumam dizer que o Brasil é uma péssima mãe e uma bela madrasta, nossa sociedade insiste em ‘aparentar’ estar tudo bem enquanto não investe em educação escolar para seu povo, a fim que o próprio povo possa dar uma boa criação ao seus filhos, ao contrário, o governo insiste em tentar ‘criar’ os filhos da pátria e deixar a educação de lado. Isso em um cenário fundamental, sem me aprofundar no desprezo pela ciência e desenvolvimento que o incentivo a pesquisa poderia favorecer, fazendo com que toda pesquisa existente no país dependa de financiamento estrangeiro.
Mas que caminho tortuoso nos faz lembrar que uma falta de planejamento de infraestrutura a 132 (cento e trinta e dois) anos atrás conseguiu deixar gerações marginalizadas até hoje, que além de ser renegados ao mais baixo nível de integração, as pessoas em situação de rua preenchem cada marquise que esteja a vista (mesmo quando a sociedade insiste em não olhar).
O governo não administra. Não tem feito, com raríssimas exceções, nenhum trabalho em favor do desenvolvimento do nosso povo, pelo contrário, reprime as manifestações culturais que identificam nosso povo, ao exemplo dos bailes funk, e assassina nosso folclore com substitutos ‘enlatados’.
Cada vez mais, por exemplo, a lembrança de crianças brincando de roda (espontaneamente, não na creche) fica mais longe. Brinca na rua, no parquinho do condomínio que seja, é uma ferramenta insubstituível de aprendizado para se conviver em sociedade, e o medo que temos que acontecer alguma coisa com nossas crianças nos faz cometer o crime de não deixar acontecer nada com nossas crianças, inclusive errarem para aprenderem com seus erros e assim, crescerem.
Olho para traz, um saudosismo que não me serve de nada, e procuro achar o começo desse emaranhado de erros... não tem muito jeito, afinal o passado já estabelecido e ignorado faz o povo cometer os mesmo erros, muitas vezes piores.
O povo brasileiro tem tantas qualidades... mas nunca o povo brasileiro vai enaltece-las, por um costume de subserviência implantado lá na colonização, preferimos nos menosprezar e implorar pela piedade, não conseguimos valorizar a nossa família, sempre usando o outro como comparativo que deixa o comparado para baixo: “O filho de fulano tem um cargo importante...” ou “Eu vou pra (qualquer outro país) por que lá é muito melhor que aqui”. Não foi trabalhado a filosofia de fazer aqui ser melhor do que lá? Quem tem interesse nisso? Somos o maior pais do sul do mundo, em extensão territorial e populacional não existe comparação abaixo da linha do equador, e a troco de que insistem que este gigante não se levante? Não tenha a própria cultura, não enalteça seus índios? Não valorize seu filhos e filhas que tanto contribuem para o desenvolvimento do país?

 Benjamin de Oliveira, foi um artista, compositor, cantor, ator e palhaço de circo brasileiro. Ele é mais conhecido por ser o primeiro palhaço negro do Brasil.

Vou deixar essas perguntas, pois não consigo me atrever a apresentar respostas, minha opinião não deve ser mais importante que seu próprio descobrimento, e já que o carnaval acabou, feliz ano novo.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Fraturando a ponta do nariz...


O Invisível nos salta aos olhos

                Quantas vezes você já notou que as pessoas da sua casa não te enxergam? Se você não estiver atrapalhando ou sendo convenientemente útil, nem notam que você está ai lendo um texto na internet de boa? E pensar que é muito normal ficarmos tomados pela culpa ao ignorar as pessoas em condições de rua, fingir que não os vemos não é a mesma coisa de não ver. Ainda assim, lá no fundo, a condição ruim ou até mesmo a fatalidade de um estranho te traz um alívio inconsciente de que aquela tristeza não é sua... e as tristezas que você não enxerga? Aquelas na sua casa? As crianças crescem e não ‘incomodam’ mais... talvez seja um sinal de depressão.
                As vezes parece que não somos vistos, e provavelmente não somos notados assim como a ponta do seu nariz... o cérebro ‘apaga’ essa informação para você enxergar o horizonte, e assim como não somos vistos, as vezes não vemos nossos entes dentro de nossa própria casa com o mesmo olhar que direcionamos ao estranho que teve a máxima coragem de pedir ajuda a um estranho completamente desconhecido, normalmente você também.
                O mais complicado é se tocar disso, o tal do olhar para si mesmo primeiro para poder entender o mundo a sua volta... e isso não saiu de um estudo elaborado e específico da sociedade humana, eu estava conversando com meu filho sobre o ‘hype’ que vem tendo o Rock Progressivo (Uma volta dos que não foram), e ao desenrolar dos assuntos citou o seu professor de introdução a pesquisa, que além de professor também é psicólogo (ou vice-versa), e essa ‘invisibilidade cotidiana’ caiu como aquela feijoada supertemperada... pesou.
                Passamos a tarde vendo o preço de coisas que não vamos comprar, um dos meus programas preferidos, depois de comer o ‘xis’ da padaria, e aquela história de não ser notado se não for por um extremo... será que também não é a razão de alguns relacionamentos ‘acabarem do nada’, quer dizer, um ou outro parceiro, quando não os dois, param de se notar, se ver, elogiar a mudança do cabelo, ou comentar a falta dele em alguns casos, enfim... deixaram de se ‘paquerar’ a ponto de estranharem por que estão juntos, e lá se vai mais um divórcio que veio ‘do nada’, aquele nada que vai tomando conta dos espaços entre o casal, dos pais com seus filhos, da relação entre irmãos, e é engraçado: dessa vez realmente alguém deixou MESMO de ver outro alguém, não foi aquele instinto de virar o rosto ou evitar o contato visual para não ter que justificar por que você não pode dar algumas moedas (que provavelmente você vai perder no vão do sofá) para algum estranho.
              
  Sei que é sério, que deveria repensar no tratamento que dispenso ao pessoal da minha casa, aos amigos, poucos e resistentes ao tempo, que ainda realizam o sacrifício de me aturar... mas não consigo deixar de me imaginar como a ponta do nariz da minha esposa... ou dos meus filhos... e agora vou ficando por aqui, vou ali incomodar o povo de casa e dizer que amo cada um deles... um grande abraço e até a próxima coluna de quinta (feira ou categoria, pode escolher).
               

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

E dez anos depois... Fraturando o Home Office...



Conforto é tudo...?

Talvez eu esteja enganado, mas sem conforto é muito complicado executar qualquer tarefa, por mais simples que seja. Eu mesmo, por exemplo estava tentando voltar a rotina de escrever diariamente... para minha surpresa, como se vivesse o conto da “Cachinhos Dourados”, não conseguia encontrar uma cadeira que me ‘aconchegasse’ para escrever sem que as costas (cansadas de 25 anos de escritório) começassem a doer.
O Home Office é uma coisa muito boa e, ao mesmo tempo, uma grande mentira. Quando já temos uma rotina funcional, ficar em casa não ajuda a produzir nada: qualquer barulhinho, luzinha ou brisa diferente consegue tirar o foco do que estamos fazendo. Até o momento só consegui fazer reparos na casa nova, trocar umas tomadas, consertar uma descarga (coisas que aliás eu nem sabia que poderia fazer sozinho, e fiz com a supervisão do meu irmão, que também é outro curioso da ‘bricolagem’) e produção das minhas histórias que é bom...
Já vou parando pra tomar café... hábito herdado dos anos em escritório. Não tenho como continuar escrevendo sem rotina de estar escrevendo... por isso essa pequena crônica, preciso desenferrujar... nem sei mais onde ficam os acentos do teclado... o celular parece mais confortável, mas é limitado que até dói. Essa coisa de ficar em casa incomoda... quando não se tem compromisso então, acordar depois de meio-dia é tão fácil... (e a gente fica se sentindo culpado o resto do mês) ... depois não conseguimos mais dormir cedo... e não podemos fazer barulho de noite para não acordar o pessoal de casa que trabalha fora em horário comercial... mais limitações do ‘home office’, parece que você pode trabalhar quando quiser, mas na verdade não pode, a não ser que você more sozinho, ai não vai ter ninguém no jantar te perguntando: “O que você fez hoje?” ... e você tentar não responder “Dormi até agora..., mas de madrugada ‘maratonei’ outra série com o fone de ouvido”.
Não sei para onde vou com essa historinha, perdi (gastei) uma hora com isso e ainda me sinto todo enferrujado...agora imagine que eu estou aqui no meu quarto (quente por que esqueci de ligar o ventilador) contando palavras num texto que estou reciclando para uma vaga de emprego... que baixaria. Não sei quem seria mais desonesto nesta tarefa: eu escrevendo palavras aleatórias para alcançar um números desejado de palavras que não dizem nada, ou um ‘auditor’ apenas clicando para ver se o texto tem as tais ‘500 palavras’, possivelmente deixando para traz algum conteúdo que realmente pudesse fazer seu dia ficar melhor. Eu fico com a minha própria ilusão... isso não vai dar em nada e eu apenas perdi mais alguns minutos de minha suada aposentadoria castigando esse tecladinho de fim de feira... e quando o ‘auditor’ usar o Google para verificar se não é plágio, vai descobrir que eu tenho esse blog assombrado por alguns amigos, praticamente largado às traças virtuais da internet, afinal ninguém mais lê... quer dizer, ainda tem eu e você, mas quem mais lê um texto maior que a descrição de uma foto? Bem... se você conhece alguém que lê, me faz um favor e replica esse textinho, manda pros contatos (grava em áudio e manda ‘praquele’ grupo do ‘zap’) e quem sabe, semana que vem eu continuo escrevendo por ai.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Tempos de Frattura Exposta

Tempos de frattura exposta

Éramos Titãs, Engenheiros legionários,
Barões sem Capital, Irados, Ultrajados,
Pela lama sem sucesso, Inimigos uns dos outros,
Em delírios de rebeldia adolescente,
Banhados pelo Nilo Bradando palavras de ordem,
A Fratura Exposta se fazia sentir,
Longe do começo do fim, longe das duas ultimas frases,
Iluminado pela luz da Onde estou, não há nada,
Nem restos de sua mente que ainda será reciclada,
O falso profeta nunca sentiu uma faca para cada corte,
Chegamos ao Nirvana com Armas e Rosas,
Calamos quando tudo era igual.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Fratturando Liderança, Estratégia e Plano, Clientes, Sociedade, Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos e Recursos.



Liderança, Estratégia e Plano, Clientes, Sociedade, Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos e Recursos são fatores intimamente ligados que podem acarretar no sucesso ou fracasso de um empreendimento e que devem ser considerados ao desenvolvê-lo.

O caminho do guerreiro, a filosofia oriental chamada Bushido, é amplamente compartilhada pelos empreendedores modernos, assim como a Arte da Guerra, outro livro oriundo do Japão o qual é muito empregado para resolver questões administrativas.
Na sociedade moderna, as corporações cresceram de maneira tão significativa, que assumiram a personificação popular, cometendo injustiças, crimes ambientais, e muitos outros atos que normalmente seriam atribuídos a uma pessoa. O grande erro que se comete é abstrair que mesmo as poderosas corporações são formadas por Pessoas.

Colocando este preceito inicial, podemos identificar uma falha recorrente nos empreendimentos brasileiros, as pessoas. Não por serem brasileiros, mas por serem escolhidos por brasileiros. É um fato antropológico, já indicado em estudo pelo Professor Gilberto Gnoato, que a população brasileira tem preferência pelos amigos, amantes e parentes, o que interfere em muito no bom andamento de qualquer empreendimento.
Uma gestão administrativa coerente colocaria a pessoa com o perfil adequado na função correspondente, o que não acontece neste país por haver esta ‘obrigação’ cultural de se empregar “amigos, amantes e parentes”, o que pode ser facilmente ilustrado pelos cargos exercidos na administração pública.
Uma pessoa de destaque, seja na Arte da Guerra, no Caminho do Guerreiro, Corporação ou Administração Pública, é o Líder. A pessoa que decide e direciona o caminho a ser seguido pelos demais (interessante lembrar que esta figura não é chefe nem patrão, sendo que às vezes, muito raramente mesmo, estes postos hierárquicos podem apresentar liderança). Quando o Líder conhece a capacidade das Pessoas que trabalham em sua empresa, a possibilidade de se traçar uma Estratégia de sucesso é muito maior.
Usando um pouco de etimologia e semiótica para analisar ‘estratégia’, sem citar o popular jargão criado no cinema brasileiro, trata-se de um conjunto de ações empregadas para se atingir um objetivo.O Plano, ainda nas especialidades de Humberto Eco, é deixar esta estratégia clara ao grupo, corporação, empresa, clubinho, ou o que for.
Voltamos nossa atenção agora a outro grupo de Pessoas, os Clientes. Quando se direciona uma estratégia lembrando-se do grupo de pessoas que constituem os clientes também é muito mais provável sua eficácia.
Informação e conhecimento são empregados por pessoas através de processos para se atingir um resultado, contudo, a análise destes processos e o devido emprego de recursos humanos ou financeiros, devem ser pesados em relação ao “objetivo” que, apesar de ser diferente em cada caso, é de relevância em todos eles.
Desta maneira, podemos concluir que muitas vezes os elementos apresentados neste argumento não combinam apenas por negligência de um ou mais destes que haveriam de ser mensurado com igualdade para o sucesso do seu empreendimento. Então, por que falhamos? Sem a pretensão de ser dono da verdade ou apresentar uma fórmula mágica, simplesmente falhamos por sermos humanos... e por não nos lembrarmos que somos pessoas, que podem errar a qualquer momento por mais que os estratagemas estejam todos devidamente direcionados e preparados... nem todas as pessoas estão tão preparadas quanto gostaríamos. O mundo gira, e nossa percepção de fatores redundantes nos deixa mais suscetíveis a aceitação de uma aparente ‘derrota’, mas esse é um fator muito importante: refletir sobre a tal ‘derrota’ e repassar os passos, não quer dizer que toda santa vez você precise começar do zero... apenas checar os pontos, verificar os resultados e, na próxima, não, não vai ser na próxima que você, sua empresa ou sua vida irá atingir o sucesso total e pleno, mas, com certeza absoluta e inabalável, irá muito mais adiante.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Fratturando a Galáxia Internet ou Negócios Eletrônicos e a Nova Economia


Segundo Fátima Bessa, um dos aspectos mais influentes da internet na vida

das pessoas está relacionado com o mundo dos negócios e com a forma como interfere

nos processos de gestão empresarial, na criação de novos conceitos de economia, na

nova visão do trabalho e no incremento da produtividade e competitividade à luz da

inovação.

Em análise ao livro “A Galáxia Internet” de Manuel Castells, Bessa aponta

exemplos que sustentam uma visão realista e politicamente descomprometida. Podemos

salientar, que esse descomprometimento político foi o que proporcionou o levante

da internet como a grande e essencialmente mais popular e includente forma de

comunicação da atualidade.

Na questão dos então chamados ‘web negócios’, a autora destaca que os

negócios eletrônicos abrangem todo tipo de operações econômicas, sejam, comerciais,

financeiras e relacionais que se desenrolam através dos recursos da internet. Na

definição de Castells, empresa-rede é uma “organização flexível da atividade econômica

constituída em torno de projetos empresariais específicos levados a cabo por redes

de composição e origem diversa” (p 90), que faz a economia proceder dentro de

parâmetros de cooperação entre vários setores empresariais e entre diversas empresas.

Em analise as questões do capital e a sua relação com a internet, Fátima

demonstra como o setor tecnológico atraiu muito capital e desprendeu assim a nova

economia. A interdependência entre o desenvolvimento tecnológico, investimento

e geração de recursos produziram novas práticas de mercado as quais movimentam

financeiramente esta economia a ponto de mesclar os conceitos de empresa e rede,

prevalecendo como estímulo o caráter volúvel e flexível que a informação eletrônica

introduz, em tempo real, nas oscilações financeiras, trazendo os comportamentos do

mercado liderados por uma ‘paranóia global’ que constantemente desafia as fatores

econômicos.

Afastando-se do marxismo o trabalho como patrimônio de maior importância

para o desenvolvimento econômico no contexto de ‘e-comerce’ orientado por processos

tecnológicos e baseado na comunicação de rede, o que traz novas exigências ao nível

de qualidade. Em diálogo com a obra de Castells, citamos o trabalho ‘autoprogramável’

para explicar de que maneira a nova economia gerou um novo conceito de trabalho,

que, por sua vez, depende de uma educação diferente, mas vejamos, se a economia e

recursos tecnológicos estão em constante desenvolvimento, o trabalho e a educação para

tal também devem estar inseridos nesta dinâmica.

Castells e Bessa convergem à defesa de uma educação ao longo da vida, pelo

fato das mudanças constantes e da incessante necessidade de atualização nos campos da

tecnologia, economia, trabalho e educação.

Destaca-se também, a mudança do espírito empresarial, o qual tem criado

novas formas de segurar o capital de trabalho através de processos engenhosos e muito

rentáveis para as empresas. Os trabalhadores qualificados são ‘aliciados’ a receberem,

não só os seus salários em valor pecuniário, como também a receberem opções de

ações, vinculando-se às empresas que os empregam, assumindo um compromisso maior

com o projeto empresarial, originando um novo tipo de trabalhador com aspirações a

tornar-se patrão no limiar de um ponto de independência econômica que possibilite

mudar o seu capital intelectual para a criação do seu próprio negócio, segundo

Castells “uma das surpresas históricas da e-economia’. (p. 119)

Desta maneira, podemos concluir que o surgimento da economia eletrônica

não teve em seu desenrolar os fatores negativos vinculados ao surgimento de uma

nova economia, que são a inflação e o desemprego, mas sim o surgimento de uma

concorrência mais aberta e franca, desde que devidamente compartilhado, nas palavras

de Castells: “embora a produtividade e a competitividade sejam fatores que estão

na base do alto crescimento econômico sem inflação, e a inovação seja o motor da

economia, o financiamento é a base de tudo.” (p 133).

Referência: Bessa, Fátima – Recensão – A Galáxia Internet de Manuel Castells – 2007/

2008

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